Estudo feito em Harvard comprova que dieta low-carb é a melhor opção para a manutenção da perda de peso

Sem dúvida a manutenção do peso pós dietas é um dos maiores desafios para nós médicos e para os pacientes

Reconhecida por inúmeros profissionais em todo o mundo como uma ótima opção para a perda de peso, a dieta low- carb ganhou ainda mais espaço no último mês em um importante estudo que também comprova sua eficácia na manutenção do peso perdido.

Vários artigos sobre a possibilidade de comer mais em low-carb e ainda assim manter o peso estável já circularam, entretanto, a probabilidade nunca havia sido testada, de fato, de maneira efetiva e, graças ao estudo realizado pelo Dr. David Ludwig pesquisador de renome em Harvard e publicado no British Medical Journal em dezembro de 2018, que recrutou 164 adultos com sobrepeso ou obesidade, foi possível comprovar os reais efeitos sobre a manutenção da perda de peso com a dieta low-carb.

Estudo comprovou: a dieta low-carb foi a mais eficaz na manutenção do peso

O experimento, um ensaio clínico randomizado, isto é, o modelo de mais alto nível na hierarquia científica, submeteu todos a uma dieta hipocalórica até que perdessem 12% do peso corporal, dividiu os participantes em três grupos, sendo um com uma dieta de alto carboidrato (60% carboidrato, 20% gordura e 20% proteína), outro com a dieta de médio carboidrato (40% carboidrato, 40% gordura e 20% proteína) e o último de baixo carboidrato (20% carboidrato, 60% gordura e 20% proteína).

Durante os cinco meses de teste, todas as refeições foram fornecidas pelo estudo e, as calorias foram gradualmente ajustadas para que as pessoas mantivessem o peso durante este período. Se estivessem perdendo peso, aumentavam-se as calorias e, se estivessem ganhando, reduziam-se as calorias.

Com isso, puderam concluir que o grupo low-carb queimou cerca de 250 calorias a mais do que o grupo high-carb, ou seja, este grupo precisou comer mais para que mantivesse o peso perdido durante o programa. Mas, se comparado ao grupo de pessoas que mais se beneficiam de uma estratégia low-carb, ou seja portadores de resistência à insulina e síndrome metabólica (status pré diabetes), a diferença vai para 400 calorias ao dia, ou seja, ficou comprovado que uma pessoa com resistência à insulina, que tenha emagrecido, poderá consumir em low-carb até 400 calorias a mais por dia sem ganhar o peso novamente.

“O grupo low-carb queimou

cerca de 250 calorias a mais

que o grupo high-carb, ou seja,

este grupo precisou comer

mais para que mantivesse o peso

perdido durante o programa”

Esse estudo é mais uma comprovação dos ótimos resultados da dieta low-carb, pois concluiu que os pacientes podem comer mais durante a manutenção do peso, comparados aos que fazem dietas de restrições calóricas.

Emagrecimento e Dieta low-carb

A dieta low-carb tem apresentado grandes resultados no emagrecimento e, a partir de novos estudos, pode-se comprovar que não se trata de mais uma “moda”, afinal ela era a maneira como os povos naturalmente se alimentavam em suas refeições tradicionais até meados do início do século XX, tendo em vista que quando se elimina os alimentos processados da dieta ela se torna em grande parte low-carb, pois a maioria dos carboidratos consumidos hoje em dia são oriundos dos alimentos processados e ultraprocessados.

Não por acaso naquela época doenças como obesidade, síndrome metabólica e diabetes eram muito raras e hoje temos mais da metade dos brasileiros acima do peso e em torno de 15% da população diabética, ressalta a especialista.

Nós que trabalhamos utilizando diariamente dieta de baixo carboidrato com nossos pacientes no consultório, já sabíamos que de fato essa estratégia funciona muito bem para principalmente 3 objetivos que são: emagrecimento, melhora importante no controle do diabetes, muitas vezes revertendo essa condição e, finalmente, para a manutenção do peso perdido, Esse estudo foi um dos mais primorosos que li nos últimos tempos pelo seu desenho impecável, pelo fato de ser um ensaio clínico randomizado (mais alto nível de evidência científica) e pelo cuidado em controlar as variáveis mais importantes como por exemplo, fornecer todas as refeições feitas pelos pacientes.

Para ter acesso ao estudo completo clique aqui.