Saiba mais sobre as deficiências vitamínicas
Hoje em dia, é importante falarmos nesse assunto mais do que antigamente, pois estamos vivendo um momento de mais abundância de comida. No entanto, comidas mais pobres.
Antigamente, tínhamos sim deficiências vitamínicas, mas era principalmente em situações de fome de guerra, marinheiros muito tempo em alto mar, campos de refugiados etc. Ou seja, situações de extrema privação de comida.
Agora, podemos ter desnutrição mesmo em indivíduos com abundância de comida, que é a tal chamada obesidade com desnutrição. Essa coincidência acontece, pois as mesmas comidas que levam à obesidade são as pobres nutricionalmente e que, portanto, levam também à desnutrição.
Existem outras situações específicas que cursam com deficiências vitamínicas específicas como, por exemplo, pós-cirurgia bariátrica, vegetarianismo e veganismo sem adequadas reposições, alcoolismo, doença celíaca, síndrome do intestino curto etc.
Vamos falar um pouco das vitaminas hidrossolúveis:
Vitamina B1 (TIAMINA): presente principalmente em carnes e cereais integrais e sua deficiência pode levar a quadros de Beribéri e à Síndrome de Wernicke – Korsakoff (mais comum em alcoólatras) Os sintomas: neuropatia sentivo-motora de extremidades, inchaços, insuficiência cardíaca e encefalopaita em casos mais graves.
Vitamina B2 (RIBOFLAVINA): presente principalmente em carnes, peixes, leite, ovos, produtos lácteos e vegetais verdes, e sua deficiência pode atrapalhar a geração de energia nas mitocôndrias. É mais comum em quadros de anorexia nervosa, cirurgia bariátrica, doença celíaca e uso de fenobarbital (gardenal). Hoje em dia, com muitas pessoas com intolerância à lactose e evitando produtos lácteos temos que ficar atentos à essa deficiência.
Vitamina B3 (NIACINA): sua deficiência tem como principal manifestação a PELAGRA patologia comumente conhecida como a “DOENÇA DOS 4 Ds”, que são em inglês dermatitis, dementia, diarrhea and death, ou seja, dermatite, demência, diarréia e morte. As fontes mais ricas em vitamina B3 são carnes (especialmente o fígado), legumes e sementes, grãos in natura. E essa vitamina apresenta baixa biodisponibilidade.
BIOTINA: suas maiores fontes são fígado, gema de ovo, produtos de soja e outras plantas e leveduras, age na síntese de proteínas e na replicação celular. Em animais e mesmo em humanos o consumo de claras de ovos cruas pode levar a queda capilar e dermatite causadas pela competição da avidina (presente na clara de ovo crua) com a biotina. Como a biotina pode interferir em vários testes laboratoriais, como nas dosagens de hormônios tireoideanos, é aconselhável pararmos o uso de Biotina 72h antes de exames de sangue.
VITAMINA C: sua deficiência tem como principal manifestação o ESCORBUTO uma condição rara hoje em dia mas que já foi muito comum em marinheiros em alto mar por muito tempo, em eras de guerra e fome e em populações muito pobres sem acesso a frutas e vegetais. A vitamina C (Ác. Ascórbico) é muito rica em frutas cítricas, batatas, tomates, couve de Bruxelas, couve-flor, brócoles, espinafre e repolho, além do leite materno. Na sua deficiência, fica prejudicada a síntese do colágeno (pior cicatrização), do óxido nítrico que é um potente vasodilatador e reações inflamatórias tendem a ser exacerbadas.
No final das contas, se nossa alimentação for baseada em carnes, ovos e vegetais, com um plus a mais do fígado para quem come, não teremos nenhuma dessas encrencas. E quem tem condições especiais como as que eu citei no texto é necessário acompanhamento médico e nutricional para eventuais reposições.
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