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UMA IMPORTANTE EXPLICAÇÃO DE POR QUE ESTAMOS ENGORDANDO

UMA IMPORTANTE EXPLICAÇÃO DE POR QUE ESTAMOS ENGORDANDO

UMA IMPORTANTE EXPLICAÇÃO DE POR QUE ESTAMOS ENGORDANDO

A presença constante dos alimentos ultraprocessados e bebidas na nossa alimentação moderna tem levado à diminuição da quantidade de proteína. As fibras tem sido removidas da alimentação e as proteínas tem sido substituídas por gorduras e carboidratos altamente calóricos e baratos.

Como resultado, nós temos nos tornado presos pelo nosso poderoso apetite por proteína a comer mais calorias do que precisamos, já que temos que atingir nosso alvo protéico para nossa fome ceder, como ocorre em quase todos os animais.

Portanto, a questão mais importante a ser compreendida nesse contexto é a “diluição protéica”, que vem ocorrendo na nossa alimentação nos últimos 40 anos.

Ironicamente, o nosso apetite forte por proteína, que evoluiu para nos ajudar a navegar em direção a uma nutrição ótima em nossas vidas ancestrais, tem sido responsável por nos fazer comer mais, já que temos que comer até atingir nosso “target” protéico, só que com alimentos muito baixos em proteína.

E a notícia desagradável para o ganho de peso não para por aí!

Temos que entender também um outro fenômeno chamado “turnover de proteína”. Cada espécie animal do planeta demanda uma certa quantidade de proteína para manter seus músculos e várias outras funções do corpo funcionando. Como estamos sempre quebrando proteínas do nosso corpo, precisamos de um eficiente mecanismo de reposição.

É como tentar encher uma banheira com um ralo vazando. Vou explicar essa metáfora, calma!

Um ralo seria o próprio processo de quebra dos músculos para fornecer aminoácidos na corrente sanguínea. O outro é o processo do fígado usar aminoácidos oriundos da quebra dos músculos e da alimentação, não para produzir novas proteínas, mas para produzir glicose como fonte de energia.

Juntos, esses ralos parecem uma drástica combinação, e na verdade é. Isso porque, diferentemente da gordura, que é nossa principal fonte de acúmulo de energia, nós não somos capazes de acumular proteína, a não ser em nossos músculos e outros tecidos magros mesmo.

Logo, consumir nossa proteína como fonte de energia seria como jogar nossos móveis da casa para manter acesa a lareira que nos aquece, algo que você faria apenas se toda a lenha tivesse acabado e você estivesse em risco de morrer congelado.

O corpo tem mecanismos muito inteligentes para poupar nossa proteína. O hormônio insulina é o sinal que indica que não há necessidade de “queimar a mobília”. A insulina bloqueia a quebra de proteína dos músculos e interrompe a transformação de proteína em glicose pelo fígado.

Esse é um mecanismo inteligente, já que a insulina é secretada pelo pâncreas em resposta ao aumento do açúcar no sangue após as refeições. Ou seja, quando a insulina é liberada, seu corpo sabe que você se alimentou e que há glicose para queimar, então não há necessidade de usar a proteína.

No entanto, mesmo mecanismos inteligentes podem ir mal. Quando há excesso crônico de calorias sendo consumidas e o peso corporal vem subindo, a capacidade dos nossos tecidos de responderem à insulina vai progressivamente diminuindo, ou seja, ele se torna resistente à insulina.

O corpo começa a ignorar os sinais da insulina e, em resposta a isso, o pâncreas passa a secretar mais insulina para ter o mesmo efeito. Esse é o processo que leva ao Diabetes tipo 2. Mas, antes mesmo de ficarmos dibéticos, já estamos em problema, como entendemos pela explicação acima.

Como os músculos se tornam menos responsivos à insulina, eles liberam mais amino ácidos oriundos de quebra protéica e, ao mesmo tempo, o fígado se torna mais propenso a converter amino ácidos em glicose.

Isso significa que mais proteína deve ser consumida para refazer nossos músculos que estão sendo quebrados. Retornando à nossa analogia da banheira, o ralo está vazando mais agora.

Nós podemos ver o resultado disso hoje em dia; como o target de proteína da população vem subindo porque os corpos estão maiores e porque a resistência à insulina está mais prevalente.

O apetite por proteína, que é natural em todo animal, está nos guiando a comer mais calorias mesmo que nossas cinturas estejam ficando cada vez mais largas e o nosso IMC (índice de massa corporal) esteja subindo.

Resumindo, a combinação de uma subida no target protéico devido a estarmos maiores em tamanho dos nossos corpos e termos adquirido resistência à insulina, associado ao fato de nossa comida moderna ser pobre em proteína, está causando um grande aumento no nosso consumo de calorias para bater esse target proteico.

Um ótimo exemplo é mostrar em uma dieta com 100g de proteína por dia, quanto de calorias precisamos consumir para batermos nosso target protéico comparando uma dieta em que 12% é proteína X uma dieta em que 17% é proteína.

Vamos lá então.

  • Em uma dieta composta de 12% de proteína, para consumirmos 100g de proteína precisaremos comer 3.333Kcal;
  • Na dieta composta por 17% de proteína o consumo de calorias necessário será de 2.353Kcal.

Percebeu que ecessitaremos de quase 1.000Kcal a mais na dieta mais baixa em proteína para matar a mesma fome? Assim, está explicado porque estamos “precisando comer muito” e ficando obesos.

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